domingo, 7 de novembro de 2010

Pós-night

São seis da manhã, hora em que se conclui: quem não se arrumou, não se arruma mais. The game is over. Saio da boate aonde me encontrava e me direciono para casa, que fica a cerca de três quadras dali. Vou andando calmamente, sem pressa, talvez, cambaleando um pouco. Cruzo a primeira esquina, nenhuma alma viva nas ruas. Vejo à minha frente, na outra esquina, duas meninas conversando. Andando, cumprimento-as:

- Boa noite, boa noite.
- Boa noite! – responde a primeira.
- Que menino educado. – ouço a segunda comentar.

Continuo meu percurso e penso na falta de educação das pessoas em geral. Naquele momento me senti um gentleman, me incluí dentro do seleto grupo de cavalheiros do mundo moderno. O álcool faz a gente pensar cada coisa... Na esquina seguinte, avisto uma ambulância parada. Desacelero o passo para ver o que havia ocorrido. Percebo que houve um acidente de carro.

- Boa noite, amigo. Foi atropelamento? – pergunto para um espectador curioso.
- Foi sim.
- Você viu? Sabe se o carro estava veloz?
- Só ouvi o barulho.
- Parece que o cara não está mal...
- Deve ter quebrado umas costelas.
- (Ai, tá fodido) Que merda... Boa noite.
- Boa noite. – diz ele, concordando com o meu pensamento.

Ser atropelado já é ruim, de madrugada deve ser um cu. Sigo até chegar em casa e penso “vou escrever isso”.

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